Colherei dos mais doces frutos lembranças de uma vida bem vivida

Largarei a culpa no fundo do poço e usarei o restante da água para regar o meu amor

Eu arrancarei esta venda

Sentindo a seda caindo no chão e pela primeira vez verei o mundo pela primeira vez me verei

Em minhas veias sentirei o calor do aconchego e em meu peito a batida de meu coração

Com o pé no chão sentirei a certeza na incerteza de amar de ser

Desta vez não fugirei — confrontarei

Olharei nos olhos do que me perturba

A Persephone neste conto escolheu comer a romã

Ela olhou Hades nos olhos e escolheu amar toda parte dentro dela

A luz e a escuridão

Não é a toa que antes da primavera o inverno alimenta o nosso coração

Não fugirei de meus demônios

O que perdi nesta colheita até a próxima primavera plantarei novos frutos

A antítese de amor não é o ódio

Mas sim a falta de nutrimento

É o seco do inverno

De algo que ficou muito tempo nos achados e perdidos que acaba sendo jogado fora

É o incessante amargo de um anseio interminável pela vida.

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